Parece mentira, mas infelizmente é verdade: ainda vamos demorar muito tempo para alcançar a igualdade salarial entre homens e mulheres. Segundo o Fórum Econômico Mundial, serão necessários 131 anos se continuarmos no ritmo atual de progresso. É muita coisa, né?
Mulheres no Mercado de Trabalho: um estudo inédito
Para entender melhor a situação no Brasil, a Confederação Nacional da Indústria (CNI) lançou o estudo Mulheres no Mercado de Trabalho. E adivinha só? As mulheres estão se aproximando cada vez mais dos salários dos homens.
De acordo com o estudo da CNI, nos últimos 10 anos, a paridade salarial aumentou em 6,7 pontos. Ou seja, em 2013, a diferença salarial era de 72, mas em 2023, esse número subiu para 78,7. Ainda não é a igualdade completa, mas já é um avanço.
Mais mulheres no comando
Não é só na remuneração que as mulheres estão progredindo. Elas também estão conquistando mais espaço em cargos de liderança. Em 2013, apenas 35,7% dos cargos de liderança eram ocupados por mulheres. Em 2023, esse número subiu para 39,1%. Um aumento de quase 9,5% em apenas 10 anos.
Mesmo com esses avanços, ainda temos um longo caminho a percorrer. A redução das diferenças entre gêneros tem sido lenta, e é urgente que ampliemos o debate e implementemos medidas concretas para alcançar a igualdade plena no mercado de trabalho brasileiro.
Empresas industriais abraçando a igualdade
Em 2023, a pesquisa Mulheres na Indústria revelou que 6 em cada 10 empresas do setor possuem programas ou políticas de promoção da igualdade de gênero. Isso acontece porque a percepção da desigualdade e a importância de dar oportunidades iguais para todos têm sido motivos para o desenvolvimento dessas políticas.
Dentre as empresas pesquisadas, algumas das principais medidas adotadas foram a política de paridade salarial, a proibição de discriminação de gênero, programas de qualificação e liderança para mulheres, além da ampliação da licença maternidade para seis meses.
Indicadores da pesquisa
O estudo da CNI mediu a paridade de gênero em cinco dimensões: escolaridade, empregabilidade, liderança, jornada de trabalho reprodutiva e remuneração.
Os resultados mostraram que as mulheres estão mais escolarizadas que os homens, com uma média de 12 anos de estudo para elas e 10,7 anos para eles. Porém, nos outros indicadores analisados, a paridade fica abaixo de 80 pontos na escala de 0 a 100.
- Empregabilidade: o índice das mulheres subiu de 62,6 para 66,6 entre 2013 e 2023.
- Remuneração: a paridade salarial aumentou 6,7 pontos.
- Liderança: a participação das mulheres em cargos de liderança subiu de 35,7% para 39,1%.
- Jornada de trabalho reprodutiva: as mulheres gastam em média 17,8 horas semanais com atividades domésticas e cuidados com familiares, enquanto os homens gastam apenas 11 horas.
O Fórum Industrial da Mulher Empresária
Para acelerar o movimento em prol da igualdade de gênero nas indústrias, a CNI criou o Fórum Industrial da Mulher Empresária. O primeiro encontro será em 2024, em Brasília.
O presidente da CNI destacou que a indústria já tem adotado medidas para promover a equidade, como apoio ao retorno da mulher após a licença-maternidade, programas de qualificação e políticas de incentivo à diversidade.
O Fórum conta com 28 conselheiras representantes de empresas, federações de indústrias e associações do setor. O objetivo é ampliar a representatividade feminina nas estruturas do Sistema Indústria e expandir as oportunidades para indústrias lideradas por mulheres.
Ainda temos um longo caminho pela frente, mas a luta pela igualdade de gênero no mercado de trabalho continua. É preciso unir esforços e trabalhar juntos para que finalmente alcancemos a tão esperada equidade salarial entre homens e mulheres.
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