Americanas perdeu competitividade após queima de caixa com fraudes na operação digital

A Americanas em recuperação judicial perdeu sua capacidade de competir com grandes varejistas no e-commerce após a descoberta de fraude de resultados que maquiava uma queima de caixa gigantesca na operação digital. Segundo dados de mercado que mesclam diferentes fontes de pesquisa, a Americanas passou de uma fatia de 18% do mercado de marketplace para 2%, no período de 2020 a 2024.

No último balanço divulgado

Que soma os dados dos primeiros 9 meses de 2023, as vendas digitais foram cerca de 29% do total da varejista, com R$ 4,8 bilhões de volume bruto de mercadorias (GMV, na sigla em inglês). Trata-se de uma grande mudança em relação ao período anterior à crise na empresa. Na comparação com o mesmo período de 2022, o resultado representa uma queda de 77% no volume.

Submarino e Shoptime integram a Americanas

Como parte do plano de restruturação financeira, a Americanas decretou o fim dos sites Submarino e Shoptime nesta terça-feira, 2. As plataformas serão incorporadas, com sua base de clientes e estoques, à Americanas.com.

Na nova estratégia, segundo pessoas que participam do redesenho do negócio, o esperado é que as mercadorias de terceiros representem 95%, ou mais, das vendas digitais, com foco em lojas oficiais de grandes marcas que são fornecedoras chave da varejista.

Fraudes contábeis de bilhões

O caixa da Americanas sofreu um rombo estimado em R$ 25,3 bilhões. A ex-diretoria da companhia sob o comando do ex-CEO Miguel Gutierrez é suspeita de atuar nas fraudes contábeis.

Na semana passada, a Polícia Federal realizou buscas e apreensões na casa dos investigados, no Rio de Janeiro, cumprindo ordens da Justiça carioca. Foram decretadas as prisões de Gutierrez – preso por um dia na Espanha, entregou o passaporte e voltou para casa – e da ex-diretora Anna Christina Ramos Saicali – que estava em viagem a Portugal e voltou ao Brasil, onde entregou o passaporte e se entregou à PF.

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